Quando a gente trabalha com conceitos que pode soar abstratos, tornar esses conceitos concretos é uma tarefa complicada. A solução que nós encontramos aqui na Abacaxi é pautada na sinceridade. É mandar a real. Não adianta apelar para teorias acadêmicas e palavras rebuscadas; o melhor jeito de se fazer entender é usando exemplos reais do dia a dia. E foi assim que a Fernanda chegou ao paradoxo do banheiro.
Imagine que é carnaval. Você está nas ruas do Rio da Janeiro, seguindo o Boi Tolo no meio daquela multidão. Já tomou muitas cervejas, porque o calor está de matar. Olha, ali, um boteco, deve ter banheiro. Tem. Mas está uma fila enorme, tem pelo menos umas 15 pessoas na sua frente, e você está muito, mas MUITO apertade. Qual é o sentimento que te toma? Angústia, ansiedade, pânico, pavor de fazer xixi nas calças. Você entra automaticamente em modo sobrevivência e seu instinto te faz procurar outros lugares onde você possa se aliviar, banheiros químicos, outros bares, moitas… A urgência te coloca em situação de desespero.
Não tem outra alternativa a não ser esperar. Você pensa em outras coisas, puxa papo com estranhos, canta, reza, dança no lugar para se segurar. Falta uma pessoa só. Estamos quase lá! E essa pessoa demora. Demora uma vida dentro do banheiro, parece que está penteando o cabelo, espremendo cravos no espelho, retocando a maquiagem, fazendo tudo menos aquele xixi rapidinho do carnaval. A pessoa sai, você olha feio, entra correndo. Faz seu xixi em paz, finalmente. E quando sai a pessoa que estava atrás de você está te olhando do mesmo jeito que você olhou para quem usou o banheiro antes. Mas você fez xixi rapidinho!
Sabe o que isso significa? Que a percepção do tempo é relativa de acordo com as suas necessidades. O tempo passa em ritmos diferentes dependendo de que lado da porta do banheiro você está!
Tem outro exemplo clássico desse paradoxo (a)temporal. Você saiu com uma pessoa e foi tudo incrível. O papo foi bom, a química bateu, no dia seguinte você mandou uma mensagem, a pessoa visualizou e não respondeu na hora. Você imediatamente pensa “puts, deu ruim”. O que será que a pessoa não curtiu? Será que você falou demais, ou de menos? Será que suas piadas foram ruins? Será que só você sentiu essa conexão? Mas não é possível, sabe, eu tinha certeza etc. E depois de 40 minutos de dor e desespero da sua parte, a pessoa responde “oi, bom dia, desculpa a demora, estava entrando na aula de pilates quando vi sua mensagem”.
O senso de urgência e a capacidade de priorizar
O paradoxo do banheiro é muito comum no nosso dia a dia em diversas situações pessoais e profissionais. Seu cliente sempre te manda um milhão de demandas com prazos absurdos, seu chefe sempre te pede coisas “para ontem”, seus colegas estão sempre desesperados para que você responda algum e-mail que eles te mandaram. Isso é porque o senso de urgência é um sentimento de raiz egocêntrica, egoísta mesmo. O que eu preciso é urgente, como não vai ser? Hmmm, então, não sendo.
Existe uma diferença enorme entre urgente e importante. Urgente é o que realmente precisa ser feito agora. Preciso ser atendido por um médico porque estou passando muito mal, preciso evacuar um prédio porque ele vai desabar e vai morrer um monte de gente. Preciso emitir uma nota fiscal hoje porque são 18h e se não emitir hoje o financeiro só consegue liberar o pagamento no próximo mês. Preciso avisar todo mundo que fez reserva no restaurante que a geladeira pifou e vamos fechar amanhã.
O importante não precisa ser agora, pode ser depois, tem prazo. Eu posso responder seu e-mail até o final de dia, posso entregar esse relatório amanhã, posso produzir o material que o cliente pediu até sexta-feira. É até melhor porque com tempo eu consigo me concentrar para dar os melhores retornos a todos.
Entendeu a diferença? É aqui que entra uma das etapas do nosso People Project Manager (PPM): priorizar. Quando você enxerga o que é urgente de verdade e distingue do que é importante, você consegue se planejar de um jeito funcional para todos os envolvidos. E isso vale para curto, médio e longo prazo. Se você precisa ler um livro para sua pós-graduação, porque tem que entregar um texto sobre ele semana que vem, e também precisa ler o livro novo do seu autor favorito que você comprou na pré-venda, o primeiro é urgente e o segundo é importante. Mata o que é urgente primeiro e deixa o importante para fazer na sequência. Assim você ainda consegue aproveitar melhor cada página, sem se distrair pensando na tarefa que ainda não fez e vai atrasar.
Ter a consciência dessa diferença te ajuda também a não ser a pessoa de cara feia na porta do banheiro, esperando a outra sair. Ao priorizar as suas demandas, você é capaz de delegá-las de um jeito mais eficiente para que todas as engrenagens da sua vida funcionem direitinho, num ritmo bacana para você e para a sua equipe, a sua família, os seus amigos e até seus animais de estimação – eu ia dar mais um exemplo dos meus gatos pedindo comida, mas fica para outro dia.
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