Quando a gente pensa em “tempo livre” muitas vezes não é exatamente em tempo livre de verdade que estamos pensando. Por exemplo, se eu perguntar a você agora “o que você faria se tivesse uma hora de tempo totalmente livre a mais todos os dias, de segunda a sexta?” a resposta provavelmente seria algo nesta linha: “eu faria um curso, arrumaria a bagunça das crianças, levaria os cachorros para passear, adiantaria o almoço do dia seguinte, organizaria meus e-mails e a agenda do dia seguinte” e por aí vai…
Na última semana, falamos por aqui sobre como o lazer é importante para a produtividade. Hoje queremos ir um pouco além, e mostrar como, além de se divertir, fazer atividades bacanas e coisas para si mesmo, você precisa também de tempo para não fazer nada. Nada, nada, absolutamente nada.
Um estudo feito por um grupo de pesquisadores da Universidade de Los Angeles (UCLA), concluiu que uma pessoa precisa de um período livre de duas a cinco horas diárias, e que ter menos de duas horas livres por dia para se dedicar a atividades prazerosas, que não estejam ligadas à produção, resulta na crescente sensação de tristeza e esgotamento.
Leia mais na reportagem da revista PEGN.
Pratique o ócio criativo!
Ok, Abacaxi, e o que fazer então com esse tempo livre que você tanto fala? Você pode, e deve, dedicar suas horas vagas a atividades físicas e intelectuais, ou a quem você ama, como seus filhos, cônjuges, pais, irmãos, amigos, animais de estimação. Mas o foco deste post é o tempo livre que você vai dedicar a não fazer nada, ao dolce far niente, como dizem os italianos.
Esta reportagem publicada no portal Terra fala sobre a importância do ócio criativo e conta a história deste conceito, criado pelo sociólogo Domenico De Masi. Segundo ele, a mente para de produzir quando chega ao limite do esgotamento, e relaxar, esvaziar o cérebro, é o combustível que ele precisa para voltar à ativa.
Sabe quando você fica uma, duas horas na frente do computador tentando desenrolar uma atividade e a coisa não flui? O texto não sai, o relatório não anda, o planejamento parece não fazer sentido. Seu cérebro está esgotado e você não encontra mais o fio da meada. Aí você desencana daquilo, deixa para amanhã, e vai embora. E de repente, não mais que de repente, no meio do banho, no trânsito ouvindo uma música, o cérebro acende a lâmpada e surge uma ideia para resolver aquilo que você deixou sem resolver horas atrás. Com certeza isso já aconteceu com você, acontece com todo mundo! E é um exemplo de como o ócio criativo realmente funciona.
Ah, e tem um ponto importante: o tempo de ócio criativo que você quer encaixar na sua rotina é longe da TV, longe do computador, longe do celular. Ócio criativo não é ficar vendo stories! Se você não se desconectar, seu cérebro vai continuar sendo estimulado o tempo todo e não vai se esvaziar nunca – só vai se encher de outra coisa. Outro dia falaremos mais sobre isso.
Assim como acontece com o tempo dedicado ao lazer, aos hobbies e a projetos pessoais, muita gente se sente culpada por ficar sem fazer nada. Muito desse sentimento vem da ideia que é incutida nas nossas cabeças desde sempre, de que precisamos trabalhar muito, produzir muito, nos ocupar a maior parte do tempo para conquistar o que queremos – em termos profissionais, acadêmicos e financeiros, principalmente. Essa ideia fixa de ter que ir além dos nossos limites, muitas vezes negligenciando nossas próprias necessidades para, em suma, ganhar dinheiro, detona não apenas a nossa saúde mental e nossa capacidade criativa, mas também destrói nossa produtividade e esgota nossa motivação.
Não sabe como achar uma brecha na sua rotina para descansar a mente? A gente te ajuda! Clique aqui e conheça nosso serviço de consultoria personalizado.