Em seu último relatório de megatendências do turismo para 2022, que já discutimos por aqui, a Skift apontou que a pandemia e todas as suas consequências transformaram o setor definitivamente. Entre as diversas expectativas para o futuro levantadas pela publicação, o veículo afirmou que novas modalidades de trabalho remoto estão definindo novas formas de viagens de negócios. Uma dessas novidades é, sem dúvidas, o que tem se convencionado chamar por bleisure.
Mas afinal de contas, o que é bleisure? Trata-se da união, em inglês, dos termos business (negócios) e leisure (lazer). Ou seja, uma nova definição para a prática já existente, porém crescente, de aliar viagens corporativas a um período de lazer individual ou em família.
Pelo menos desde o início da última década esse termo tem circulado, já que o regime de home office, que favorece a prática, já vinha alcançando mais trabalhadores mesmo antes da crise sanitária global. Nos últimos dois anos, porém, o crescimento das viagens em modalidade bleisure aumentaram exponencialmente. Um reflexo, também, da racionalização das viagens por parte de empresas e consumidores diante da pandemia.
Dados da Morning Consult, divulgados pela Forbes, ajudam a ilustrar esse cenário. Em fevereiro de 2022, 42% das pessoas que viajavam a negócios com frequência disseram que não pretendiam retomar esse tipo de deslocamento exclusivamente a trabalho. O levantamento indica, ainda, que a proporção de viagens de bleisure e exclusivamente de negócios deverá ser igual entre esse grupo de indivíduos.
Embora esses termos sejam subjetivos e muitas vezes intercambiáveis, é legal diferenciarmos bleisure de workation. A rigor, este termo (que une as palavras work e vacation, ou seja, trabalho e férias) se aplica melhor aos nômades digitais, que passam semanas ou meses em um determinado destino turístico enquanto trabalham em horário comercial (para empregados fixos) ou em determinados períodos (para os autônomos).
Como funciona o bleisure?
Diferentemente dos nômades, os consumidores que praticam esta modalidade de viagem estão, geralmente, vinculados a companhias e unem viagens corporativas a um momento de lazer.
Nesse sentido, aquele funcionário enviado a um congresso ou a um seminário de três dias, por exemplo, de quarta à sexta-feira, poderá permanecer na cidade a qual foi enviado durante o final de semana livre para fazer turismo, seja individualmente, seja encontrando seus amigos e familiares diretamente no destino. Adicionar dias de trabalho remoto nesse calendário é outra forma de bleisure.
Exemplificando: um determinado trabalhador já marcou suas férias para outro país, mas resolve antecipar sua experiência. Uma semana antes do período agendado, então, ele vai ao seu destino e passa esse período trabalhando remotamente, enquanto já começa a aproveitar suas noites livres como turista.
Bleisure: como os negócios se adaptam
Com um novo tipo de consumidor surgindo, os negócios, dos pequenos aos grandes, já começam a se adaptar. Cada vez mais estão sendo requeridos, pelos viajantes, itens relacionados a trabalho e a estadias mais longas, como qualidade e estabilidade da conexão wi-fi, cozinha estruturada, máquina de lavar e ambientes pet-friendly.
Nesse sentido, oferecer hospedagem de qualidade passará, no futuro, a ser o mínimo. Hotéis, hostels e pousadas deverão, daqui para frente, repensar espaços comuns como lobbys e recepções e proporcionar conexões de internet seguras e estáveis para essas pessoas que utilizarão suas dependências também como escritório em parte do tempo.
Imaginar espaços de coworking também poderá ser uma saída para companhias de hotelaria. E não somente para uso exclusivo dos hóspedes. Oferecer o serviço de escritório compartilhado para qualquer consumidor, mediante aquisição de horas ou pacotes de acesso, é uma oportunidade de negócio em crescimento.
Um desafio para o futuro, portanto, é pensar em maneiras de transformar locais de hospedagem em espaços confortáveis e que oferecem – além de ótimos serviços de hotelaria – áreas seguras do ponto de vista epidemiológico, desestimulando aglomerações em espaços fechados, e ambientes estruturados o suficiente para que os clientes possam trabalhar enquanto viajam, sem que a conexão os deixe na mão.
Repensando o posicionamento de seu negócio para o futuro? A Abacaxi pode te ajudar. Marque um horário e vamos conversar!
Leia também: